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Entrevista | Cobalchini constrói candidatura para federal e vê favoritismo no MDB em 2022

Por: Marcos Schettini
08/03/2021 19:40
Rodolfo Espínola/Agência AL

Deputado estadual na terceira legislatura, Valdir Cobalchini diz que já deixou seu legado no Parlamento catarinense e, por isso, está construindo uma candidatura à Câmara dos Deputados em 2022. Forte nome do MDB, ele concedeu entrevista exclusiva ao jornalista Marcos Schettini e disse que quer levar para Brasília a experiência que carregou com mandatos na Alesc e importantes cargos no Governo do Estado.

O parlamentar deu um panorama da gestão Carlos Moises e comentou sobre a participação do deputado Vampiro na Secretaria de Estado da Educação. Ainda, falou da eleição de seu filho João como vereador em Florianópolis e disse sua ideia sobre representatividade política. Confira:


Marcos Schettini: O MDB está ou não no governo Moisés?

Valdir Cobalchini: O MDB, enquanto partido, não tratou deste assunto. É claro que debatemos o tema em instâncias partidárias, como a Executiva e o Diretório, mas não deliberamos sobre este tema. O que ocorreu foi uma decisão da bancada na Assembleia Legislativa para ajudar a sustentar a governabilidade. E aí não se trata de quem é Governo: enfrentamos a mais grave crise de toda uma geração. Seria uma irresponsabilidade apostar no “quanto pior melhor”. O companheiro Vampiro recebeu, de forma individualizada, um convite para assumir a Secretaria de Estado da Educação. De maneira corajosa ele aceitou o desafio, em um momento terrível para toda a sociedade. De minha parte, desejo todo o sucesso do mundo. No fim das contas, quando um Governo dá certo, toda a sociedade vence.


Marcos Schettini: Como o Sr. olha a gestão Moisés?

Cobalchini: Como um democrata, sempre aceito o resultado das urnas. Venci as últimas três eleições como o mais votado a deputado estadual do MDB, mas também perdi. A democracia se aperfeiçoa com seu exercício. Em 2018, houve uma imensa onda de mudanças em todo o país e a surpreendente eleição do atual governador foi um reflexo disso. Como para qualquer novo governante, existe uma curva de aprendizado e esta curva está sendo vista na atual gestão.


Schettini: Seu partido não vai sair rachado nas prévias de agosto na escolha do nome ao governo?

Cobalchini: Pelo contrário. O instituto das prévias é antiquíssimo. E ao contrário de rachar, fortalece os partidos. Em 1986, por exemplo, Luiz Henrique disputou com Pedro Ivo para ver quem seria o candidato ao Governo. Pedro Ivo venceu, o partido se uniu em torno dele e vencemos nossa primeira eleição para o Governo. Depois disso tivemos vários exemplos, inclusive recentes: Dário e Eduardo disputaram prévia em 2010. Casildo já disputou prévias. Paulo Afonso já disputou prévias. Isso pra não falarmos dos municípios, em que prévias são corriqueiras. O MDB sempre foi um partido aberto e sem donos: quem deseja ser candidato, basta apresentar seu nome e convencer o conjunto partidário. Tenho certeza que o MDB sairá muito fortalecido destas prévias e é favorito nas eleições do próximo ano ao Governo do Estado.


Schettini: Quais os partidos que os ulyssistas devem fazer coligação para chegar ao 2° turno?

Cobalchini: Esse é um assunto para debatermos no próximo ano. Primeiramente, temos de escolher nosso candidato. Em seguida, escutar a sociedade e buscar construir um Plano de Governo que contemple todos os catarinenses, que retome o desenvolvimento e que construa a agenda pós-pandemia. Após este processo, será o momento de sentarmos e encontrarmos os parceiros dispostos a construir junto conosco um projeto para Santa Catarina.


Schettini: O Sr. vai disputar qual espaço no ano que vem?

Cobalchini: Serei candidato a deputado federal. Entendo que o ciclo como deputado estadual está concluído. Estou em meu terceiro mandato. Já apresentei e aprovei projetos importantes, como aquele que destina parcela do IPVA para a manutenção das rodovias estaduais e, especialmente, o projeto que garante que o tratamento do câncer comece em no máximo 30 dias após o diagnóstico, além de oferecer apoio social, psicológico e jurídico aos pacientes e seus familiares. Antes deste ciclo como deputado estadual, ocupei praticamente todas as posições possíveis no Governo do Estado: fui secretário da Casa Civil, secretário de Infraestrutura e secretário regional. Acredito que é a hora de levar esta experiência para Brasília. Especialmente para garantir a representatividade do Grande Oeste de Santa Catarina na Câmara e seguir contribuindo para a interiorização do desenvolvimento. Ainda sou jovem: tenho certeza que o momento para voos maiores chegará. Até lá, sigo degrau por degrau no caminho democrático.

Schettini: As redes sociais de 2022 terão o mesmo papel que a disputa de 2018?

Cobalchini: Talvez o papel seja ainda maior. Mas acredito que será um momento mais maduro. Menos memes e lacração, como diz a juventude, e mais propostas, currículo e resultados. Revoluções tecnológicas nunca voltam para trás. Foi assim com a invenção do tipo móvel, que criou a imprensa, com o rádio, com o cinema e a televisão e não está sendo diferente com a internet. Aos políticos caberá a adaptação a uma forma de comunicação cada vez mais direta e transparente com seus eleitores.


Schettini: Seu filho se eleger vereador em Florianópolis sinaliza o quê?

Cobalchini: Em primeiro lugar, sinto um orgulho imenso, como pai, pelo sucesso na trajetória que o João Luiz vem traçando. Tenho três filhos e o João é o mais velho deles. Para os três, sempre cobrei uma única coisa: que estudassem, tivessem uma profissão e pudessem garantir seu sustento de maneira honesta. João, assim como a Stephanie, é formado em Direito. Meu filho mais novo, Lucas, tem mostrado a vontade de se graduar em Física, algo que incentivo com grande alegria. A eleição do João Luiz é fruto de seu mérito. Ele me acompanhou na política desde muito novo. E vinha manifestando há algum tempo sua vontade de ser candidato. Na última eleição, pedi pra ele esperar mais um pouco, conhecer mais o meio político e analisar se era o que ele realmente queria. Ele foi secretário-adjunto do prefeito Gean Loureiro em Florianópolis, o acompanhou em seu novo partido e construiu sua candidatura. Sinaliza sua vontade de seguir minha trajetória, mas é isso. Não há nada que condicione nossa relação para além da relação de pai e filho.


Schettini: Lockdown é uma saída para combater a pandemia ou é papo furado da extrema direita?

Cobalchini: A pandemia nos trouxe desafios para os quais não estávamos preparados. Não é à toa: a última pandemia que o mundo enfrentou foi a da Gripe Espanhola, que iniciou em 1918, logo após o fim da I Guerra Mundial. Nem nós, nem nossos pais e até mesmo nossos avós temos qualquer lembrança do que seja passar por uma pandemia. E isso refletiu na inevitável bateção-de-cabeça que tem acontecido. Da minha parte, até pela minha formação política, sempre procurando construir pontes, entendo que devemos seguir os consensos. Aquilo que especialistas e profissionais da área da saúde e de epidemiologia propõe para cada cenário. Não há solução mágica. Nem o lockdown total, trancando todos em casa por tempo indefinido, algo insustentável no longo prazo e nem a abertura indiscriminada. Precisamos buscar os consensos e tentar salvar o maior número de vida que pudermos.


Schettini: O que o eleitor quer do homem público para que se perceba representado?

Cobalchini: Iniciei minha caminhada na política em 1982, como assessor do então deputado federal Casildo Maldaner. Seja trabalhando com Casildo, depois no Governo Pedro Ivo, Paulo Afonso e principalmente com meu eterno e saudoso mestre, Luiz Henrique da Silveira, aprendi que o que o povo espera de nós é relativamente simples: honestidade, transparência, competência e resultados concretos. É isso que sempre tenho tentado entregar ao longo desta jornada.

Schettini: A demagogia é um caminho sem volta na política?

Cobalchini: Não acredito nisso. Assim como não acredito numa oposição artificial entre nova e velha política. Eu acredito que existe a boa política e existem os maus políticos. A boa política é adepta do diálogo, de ouvir mais do que falar, de fazer mais do que prometer. Ondas de mudança são naturais de tempos em tempos. Mas o que vem em seguida é o filtro natural do eleitor, em busca de lideranças que realmente o representem e façam sua vida melhorar.


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